Total de visualizações de página

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

POBREZA CRESCENTE NA POLITICA E O ESTADO NEO LIBERAL FRACASSADO

Pobreza e política higienista

Em maio deste ano, noticiamos uma terrível chacina, no bairro Jaçanã, zona Norte de São Paulo: seis pessoas que dormiam sob um viaduto foram mortas a tiros. Infelizmente, os assassinatos e os atos violentos contra os moradores em situação de rua continuam, como podemos observar nos casos divulgados no estado de Alagoas. Mais ainda, o descaso com as investigações desses crimes também continua.
Segundo a Gazeta de Alagoas, “o número de assassinatos de moradores de rua em Alagoas é bem maior do que o divulgado. Um documento oficial e sigiloso da Secretaria de Defesa Social (SEDS) apontava para 29 mortes, só este ano, e não 22. Com mais um homicídio, ontem, a estatística sombria subiu para 30 casos, sendo 29 em Maceió e um em Arapiraca”. Pelos levantamentos feitos pela Polícia Civil, 52% das moradores de rua foram mortos por arma de fogo e 14% por arma branca.
Como é de costume, quando se trata de crimes contra pobres, as investigações são proteladas ou não se realizam. A Gazeta de Alagoas divulgou que dos 27 inquéritos (90% do total) sequer dispõem do laudo do Instituto Médico Legal (IML). Sem o resultado da necrópsia, nem a materialidade do crime poderia ser comprovada. O documento obtido pela Gazeta revela que em mais da metade das execuções (16 casos) a polícia não sabe nem a identidade das vítimas.
Com base nestas e noutras falhas, além dos números alarmantes, a Secretaria de Direitos Humanos, Segurança Comunitária e Cidadania de Maceió (Semdisc), com o apoio da Secretaria Especial de Direitos Humanos (DH) da Presidência da República, vai requerer que a Polícia Federal (PF) investigue as mortes de sem-tetos em Alagoas. O secretário da Semdisc, Pedro Montenegro, afirma que vai recorrer à Lei Federal 10.446, de maio de 2002, para requisitar a intervenção do Ministério da Justiça.
Esta lei estabelece que o ministério pode acionar a PF, num ato administrativo, em casos de "infrações penais relativas à violação a direitos humanos, que a República Federativa do Brasil se comprometeu a reprimir em decorrência de tratados internacionais", principalmente "quando houver repercussão interestadual ou internacional que exija repressão uniforme".
O representante da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Ivair Augusto Alves dos Santos, alerta que o Brasil pode sofrer ser denunciado nos órgãos internacionais de defesa dos direitos humanos.
Os números revelam o total descaso. Em 2010, dos 30 inquéritos por mortes violentas abertos até ontem, apenas cinco foram concluídos. Somente em dois deles houve a prisão dos acusados. São 28 mortes de sem-teto impunes. Também houve duas tentativas de homicídio, numa delas jogaram combustível e tocaram fogo na vítima.
Montenegro, secretário da Semdisc, afirma que decidiu requerer as investigações da PF porque compete à Semdisc zelar pelos direitos humanos e pela vida das pessoas. "Também decidi fazer o apelo ao Ministério da Justiça porque perdi as esperanças de que a Polícia Civil consiga uma resposta satisfatória sobre os autores do crime".

Um dos casos mais cruéis foi do flanelinha José Sérgio dos Santos, o “Cotó”, foi executado com 13 tiros de pistola 380, disparados por dois homens em uma moto, durante a madrugada, do dia 26.10.10. Após a morte de José Sérgio, o secretário da Defesa Social, Paulo Rubim, disse que a vítima praticava "pequenos furtos e tinha envolvimento com o tráfico de drogas".
Mais de uma vez, nos pronunciamentos das autoridades, falou-se que os moradores estariam ligados ao tráfico de drogas, como se eles tivessem assumido o risco de serem mortos e não tivessem direito à proteção. Essa questionável justificativa, se verdadeira, revela que a criminalização das drogas vitimiza os mais pobres, seja direta ou indiretamente.
De acordo com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, não há um levantamento oficial sobre o número de moradores de rua no país. "Estamos conversando com técnicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para quantificar esse contingente de cidadãos brasileiros marginalizados. A partir daí, queremos desenvolver ações públicas, em âmbito nacional, para sanar as necessidades nas áreas da saúde, assistência social, trabalho e também oferecer garantias de acesso à segurança e moradia", disse Santos.
(YOMP)

domingo, 14 de novembro de 2010

PEDE-SE RESPEITO Á REVISTA ÍNTIMA

12/11/2010 - 15:35

Mulheres denunciam humilhação em revista de cadeia

Da redação - JM
Mães, esposas e filhas de presos provisórios e reeducandos detidos na Cadeia Pública de São José do Rio Claro (315 km ao médio norte de Cuiabá) estão sendo submetidas a métodos degradantes de revista para ter acesso aos parentes no interior da prisão, conforme denunciaram nesta quinta-feira (11), à Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso.

Duas delas (R.S.S e O. M. M.) de 70 e 50 anos, respectivamente, procuraram a presidenta da referida comissão, Betsey Polistchuk de Miranda. Elas relataram que as mulheres são obrigadas, depois de completamente despidas, a se agachar sobre um espelho na sala da direção do presídio, enquanto um aparelho, que não sabem identificar, é colocado no meio de suas pernas, supostamente para detectar se não estão entrando na prisão com drogas escondidas em suas partes íntimas.

Cópias do termo do termo de representação foram encaminhadas ao secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Diógenes Curado; ao juiz corregedor e ao promotor de Justiça de São José do Rio Claro denunciando o procedimento das autoridades policiais daquele município.

Conforme Betsey de Miranda esses fatos “configuram humilhação e ausência de respeito à dignidade humana”. Ao mesmo tempo, a presidenta da Comissão de Direitos Humanos pede às três autoridades a substituição incontinenti de tais práticas. No relato das duas mulheres encaminhado às autoridades, elas destacaram que o método, que consideram infame e degradante de revista feminina, tem causado problemas até de ordem psicológica, além de estar inibindo-as de visitar parentes naquela prisão. As informações são da Assessoria OAB/MT.

O MEDO MORA COMIGO